Escolher é um desafio que nos acompanha em todos os momentos. Diante de um mundo cheio de possibilidades, somos confrontados com uma infinidade de opções que exigem nossa atenção e decisão. Ser livre para escolher parece ser uma vantagem, mas também pode se tornar uma fonte de angústia e confusão. A neurociência investiga os segredos da mente que nos fazem escolher e mostra como o nosso cérebro se adapta à diversidade de opções.
Somos constantemente confrontados com a necessidade de tomar decisões em nossa vida diária. Podemos optar por um pão ou uma fruta, por uma profissão ou outra, por uma pessoa ou outra. Escolher é um exercício de liberdade, mas também de responsabilidade. E quando temos muitas opções para escolher, como isso afeta nosso cérebro e nossa capacidade de decidir? Esse é o paradoxo da escolha, um fenômeno que a neurociência busca entender e explicar.
O paradoxo da escolha é um conceito que afirma que, ao contrário do que se pensa, ter muitas opções para escolher nem sempre é uma vantagem. Na verdade, pode ser uma fonte de estresse, ansiedade e infelicidade. Isso porque, quando temos muitas alternativas, ficamos mais indecisos, inseguros e insaciáveis. Além disso, nos tornamos mais propensos a nos arrepender de nossas escolhas e a nos comparar com os outros.
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Mas como isso acontece em nosso cérebro? E como isso afeta nossa felicidade? A neurociência pode nos ajudar a responder tais perguntas. A neurociência é a ciência que estuda o sistema nervoso e seus processos cognitivos, emocionais e comportamentais. E mais! Ela nos ensina como o excesso de opções afeta o nosso funcionamento cerebral e as nossas emoções.
Uma das áreas do cérebro envolvidas na tomada de decisão é o córtex pré-frontal. Essa área é responsável por funções executivas, como planejamento, raciocínio, memória de trabalho e autocontrole. O córtex pré-frontal também recebe informações de outras áreas do cérebro que lidam com as emoções, os valores e as recompensas.
Quando temos poucas opções para escolher, o córtex pré-frontal consegue processar as informações de forma eficiente e integrada, levando em conta os aspectos racionais e emocionais da decisão. Porém, quando temos muitas opções para escolher, o córtex pré-frontal fica sobrecarregado e não consegue processar todas as informações de forma adequada. Isso leva a uma diminuição da capacidade cognitiva e a uma maior influência das emoções negativas na decisão.
Além disso, quando temos muitas opções para escolher, aumentamos as nossas expectativas sobre a escolha perfeita. Isso faz com que fiquemos mais insatisfeitos com as nossas escolhas e mais vulneráveis ao arrependimento. O arrependimento é uma emoção negativa que surge quando percebemos que poderíamos ter feito uma escolha melhor. O arrependimento ativa áreas do cérebro relacionadas à dor e ao sofrimento.
Inúmeras opções oferecem mais chances de comparação. E esta comparação social é um fenômeno psicológico que consiste em medir nossas qualidades, capacidades e resultados em relação aos dos outros, o que pode ser bom ou ruim. Irá depender de quem e como nos comparamos e de como reagimos a essa comparação.
O excesso de opções prejudica nosso cérebro e nossa felicidade. A neurociência explica que o cérebro humano não está preparado para lidar com tanta informação e opção, o que leva a um estresse e uma frustração. Por isso, é preciso buscar um meio-termo entre a liberdade de escolha e a restrição de opções, para evitar os danos do paradoxo da escolha. Leve isso em consideração em diversos momentos, seja de sua vida pessoal ou profissional: ofereça uma seleção restrita de opções de lazer ou recompensa para seus filhos ou filhas; ou talvez, crie um número limitado de planos ou categorias do seu serviço – pode ser uma ilusão achar que a variedade e flexibilidade das opções é bem-vista!
Se deseja saber mais sobre o paradoxo da escolha, te convido a ler “Hackeando o Comportamento Humano: Construindo Times de Alta Performance com Neurociências”. Nele, prometo desvendar como, através da neurociência, conseguimos superar tal paradoxo e/ou usá-lo a nosso favor!
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