Brigas, discussões, apontamentos, lavagem de roupa suja, processos e até agressões! Como você, seu time e sua empresa vem encarando conflitos?
A habilidade de gerir conflitos é fundamental tanto na vida pessoal quanto profissional. Conflitos interpessoais podem ocorrer por causa de divergências de opinião, valores, interesses e expectativas, e se não forem resolvidos de forma adequada, podem gerar tensões, desgaste das relações e queda da produtividade. Nos últimos anos, a neurociência tem trazido contribuições importantes sobre como o nosso cérebro reage às divergências e como podemos usar esse conhecimento para melhorar nossas habilidades de administrar de conflitos de forma mais efetiva.
A aplicação da neurociência dentro da gestão de conflitos é uma tendência crescente, que busca compreender como os processos cerebrais influenciam e são influenciados pelo ambiente organizacional, pela cultura, pelo clima, pela liderança, pela motivação, pelo engajamento, pelo desempenho, estresse, bem-estar e saúde dos colaboradores.
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Com base na perspectiva técnica da neurociência, acompanhe as melhores formas de se administrar conflitos:
- Reconhecer que cada pessoa tem uma forma particular de perceber e interpretar o mundo, de acordo com suas experiências, culturas, valores e emoções. Isso significa que o mapa não é o território, ou seja, que cada pessoa tem uma representação mental da realidade que pode ser diferente da dos outros. Portanto, é importante buscar compreender o ponto de vista do outro, respeitar as diferenças e evitar julgamentos precipitados ou generalizações. A neurociência ensina que podemos alterar nossa percepção da realidade ao mudarmos nosso foco de atenção, nossas crenças ou nossas emoções.
- Identificar e gerenciar as emoções que são geradas ou intensificadas pelo conflito. As emoções são reações fisiológicas e psicológicas que nos ajudam a avaliar as situações e a tomar decisões. No entanto, emoções também podem interferir na nossa capacidade de raciocinar e de agir de forma adequada. A neurociência entende que o cérebro possui um sistema límbico que é responsável por gerar as emoções e um córtex pré-frontal que é responsável por regulá-las. Quando há um conflito, o sistema límbico pode se sobrepor ao córtex pré-frontal, causando uma resposta emocional desproporcional ou inadequada. É sugerido evitar reações instantâneas: pare por um tempo, se dê esse intervalo, antes de reagir.
- Utilizar técnicas de comunicação eficazes para estabelecer um diálogo produtivo e construtivo entre as partes envolvidas no conflito. A comunicação é um processo essencial para o funcionamento de qualquer equipe, pois permite a troca de informações, ideias, opiniões, sentimentos e feedbacks entre os seus membros. Uma comunicação eficaz pode favorecer a cooperação, a criatividade, a produtividade, a confiança e o engajamento dos integrantes da equipe, além de prevenir e resolver conflitos. A neurociência revela que o cérebro possui diferentes regiões que estão envolvidas na comunicação, como o córtex temporal superior que está associado à compreensão da linguagem e o córtex pré-frontal ventromedial que está associado à expressão da linguagem.
- Aplicar métodos alternativos de resolução de conflitos, como a mediação ou a negociação. Esses métodos consistem em processos pelos quais as partes envolvidas em um conflito trabalham juntas com a ajuda de um terceiro imparcial para encontrar soluções que sejam mutuamente aceitáveis. Esses métodos podem ser mais vantajosos do que os métodos tradicionais de resolução de conflitos, como a arbitragem ou o litígio, pois podem preservar ou restaurar o relacionamento entre as partes, reduzir o tempo e o custo do processo e aumentar a satisfação e o comprometimento com o resultado. A neurociência explica que esses métodos podem ativar regiões do cérebro que estão relacionadas à empatia, à cooperação e à recompensa, como o córtex cingulado anterior, a ínsula e o núcleo accumbens. Essas regiões podem gerar sensações de prazer, satisfação e bem-estar.
Contar com a ajuda e embasamento científico da neurociência na resolução de conflitos é portanto uma saída interessante. A busca pelo entendimento mútuo e pela empatia ganha um novo nível de significado quando consideramos os processos cerebrais subjacentes a essas ações.
A neurociência e a gestão de conflitos se encontram em um ponto crucial: a compreensão da mente humana como um guia para a resolução pacífica e produtiva de divergências. Ao acolher descobertas científicas e aplicá-las em situações cotidianas, estamos habilitados a criar ambientes mais harmoniosos, relações mais saudáveis e equipes mais eficazes, resultando em benefícios tanto pessoais quanto profissionais.
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