Neuromarketing: a ciência que revela os segredos da mente do consumidor

Já se perguntou o que leva você a escolher um produto em vez de outro? Ou o que te faz sentir mais atraído por uma marca ou por uma propaganda? Ou ainda, o que influencia as suas emoções e as suas decisões de compra?

A resposta para essas perguntas está no seu cérebro, o órgão que processa as informações que você recebe do mundo externo e gera as suas reações e os seus comportamentos. E é justamente nesse processo que o marketing consegue atuar, buscando entender e influenciar a mente do consumidor.

Mas como o marketing pode fazer isso? Através do neuromarketing, uma ciência que combina os conhecimentos da neurociência com as técnicas do marketing para analisar como o cérebro reage aos estímulos de marketing e como isso afeta as escolhas de compra.

Neste artigo, vamos explicar o que é o neuromarketing, como ele funciona e como você pode aplicá-lo em suas estratégias para conquistar e fidelizar clientes. Confira!

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O que é o neuromarketing?

O neuromarketing é uma área da ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento do consumidor. O termo foi criado pelo professor Ale Smidts, da Erasmus University, na Inglaterra, mas foi popularizado pelo pesquisador de Harvard, Gerald Zaltman.

O neuromarketing utiliza métodos e ferramentas da neurociência, como o eletroencefalograma, ressonância magnética, eye tracking e biometria, para medir as reações cerebrais dos consumidores diante de diferentes estímulos de marketing, como anúncios, produtos, preços, marcas etc.

O objetivo do neuromarketing é entender quais são os fatores que influenciam as decisões de compra dos consumidores, como as emoções, os instintos, os valores e as memórias. Assim, o neuromarketing pode ajudar as empresas a criar estratégias de marketing mais eficazes e persuasivas, que gerem mais satisfação e fidelização dos clientes.

Como funciona o neuromarketing?

Para entender como funciona o neuromarketing, é preciso conhecer um pouco sobre a estrutura e o funcionamento do cérebro humano. O cérebro humano é dividido em três partes principais: o cérebro reptiliano, o cérebro límbico e o neocórtex.

O cérebro reptiliano é a parte mais antiga e primitiva do cérebro. Ele é responsável pelas funções vitais, como respiração, batimentos cardíacos e temperatura corporal. Ele também controla os instintos básicos de sobrevivência, como fome, sede, sexo e defesa. O cérebro reptiliano é rápido, automático e inconsciente.

O cérebro límbico é a parte intermediária do cérebro. Ele é responsável pelas emoções, sentimentos e memórias. Ele também controla os comportamentos sociais, como afeto, confiança e lealdade. O cérebro límbico é lento, seletivo e subjetivo.

O neocórtex é a parte mais recente e evoluída do cérebro. Ele é responsável pelo pensamento racional, lógico e analítico. Ele também controla as funções cognitivas superiores, como linguagem, criatividade e planejamento. O neocórtex é lento, complexo e consciente.

O neuromarketing se baseia na ideia de que as decisões de compra dos consumidores são influenciadas pelas três partes do cérebro. Porém, nem todas têm o mesmo peso ou importância. Segundo alguns estudos, cerca de 95% das decisões de compra são tomadas pelo cérebro reptiliano e pelo cérebro límbico, ou seja, pelo lado emocional e instintivo, e apenas 5% são tomadas pelo lado racional e consciente. Isso significa que o marketing precisa focar mais nos aspectos emocionais e sensoriais do que nos aspectos racionais e lógicos para persuadir os consumidores.

O neuromarketing utiliza diversas técnicas para estimular as diferentes partes do cérebro e gerar reações positivas nos consumidores. Algumas dessas técnicas são:

Storytelling

A arte de contar histórias envolventes e emocionantes, que criam uma conexão entre a marca e o consumidor. O storytelling ativa o cérebro límbico, que é responsável pelas emoções e memórias, e faz com que o consumidor se identifique com a história e se sinta parte dela.

Gatilhos mentais

São estímulos que ativam o cérebro reptiliano, que é responsável pelos instintos básicos, e fazem com que o consumidor tome uma decisão rápida e impulsiva. Alguns exemplos de gatilhos mentais são: escassez, urgência, novidade, autoridade, prova social, reciprocidade etc.

Cores

Elementos visuais que influenciam o humor, as emoções e as percepções dos consumidores. As cores podem transmitir diferentes mensagens e sensações, dependendo do contexto e da cultura. Por exemplo, o vermelho pode significar paixão, energia ou perigo; o azul pode significar confiança, tranquilidade ou frieza; o verde pode significar natureza, saúde ou esperança etc.

Sons

Elementos auditivos que afetam o estado de ânimo, as emoções e as lembranças dos consumidores. Os sons podem criar diferentes atmosferas e sentimentos, dependendo do ritmo, da intensidade e da harmonia. Por exemplo, uma música alegre e animada pode estimular a compra por impulso; uma música suave e relaxante pode induzir a compra por prazer; uma música nostálgica e familiar pode despertar a compra por saudade etc.

Olfato

Sentido mais poderoso para influenciar o comportamento do consumidor. O olfato está diretamente ligado ao cérebro límbico, que é responsável pelas emoções e memórias. Os aromas podem evocar diferentes recordações e sensações nos consumidores, além de influenciar o seu humor e o seu tempo de permanência no ambiente. Por exemplo, um aroma de baunilha pode transmitir conforto e aconchego; um aroma de limão pode transmitir frescor e limpeza; um aroma de café pode transmitir energia e disposição etc.

Como aplicar o neuromarketing na sua estratégia de marketing?

Para aplicar o neuromarketing na sua estratégia de marketing, você precisa conhecer bem o seu público-alvo, os seus desejos, as suas necessidades, as suas motivações e as suas emoções. Você também precisa definir os seus objetivos de marketing, seja aumentar as vendas, melhorar a imagem da marca, fidelizar os clientes etc.

Depois disso, pode utilizar as técnicas do neuromarketing para criar estímulos de marketing que sejam capazes de atrair a atenção, despertar o interesse, gerar o desejo e estimular a ação dos seus consumidores.

Algumas dicas para aplicar o neuromarketing na sua estratégia de marketing são:

  • Crie um slogan ou uma frase de impacto que resuma a proposta de valor da sua marca ou do seu produto. Utilize palavras simples, claras e emocionais, que ativem o cérebro reptiliano e o cérebro límbico dos seus consumidores.
  • Crie um logotipo ou uma identidade visual que represente a personalidade da sua marca ou do seu produto. Utilize cores, formas e símbolos que transmitam as mensagens e as sensações que você quer passar para os seus consumidores.
  • Crie um jingle ou uma trilha sonora que seja marcante e memorável para a sua marca ou para o seu produto. Utilize sons que criem uma atmosfera e um sentimento adequados para o seu público-alvo.
  • Crie um aroma ou uma fragrância que seja exclusiva e diferenciada para a sua marca ou para o seu produto. Utilize aromas que evoquem recordações e emoções positivas nos seus consumidores.
  • Crie uma história ou uma narrativa que conte a origem, a missão, a visão e os valores da sua marca ou do seu produto. Utilize personagens, cenários e conflitos que sejam relevantes e envolventes para os seus consumidores.
  • Crie um conteúdo ou um material informativo que seja útil, interessante e educativo para os seus consumidores. Utilize dados, fatos e argumentos que sustentem a qualidade e a credibilidade da sua marca ou do seu produto. Utilize também depoimentos, cases e recomendações de outros consumidores satisfeitos, que gerem prova social e confiança.
  • Crie uma oferta ou uma promoção que seja irresistível e vantajosa para os seus consumidores. Utilize gatilhos mentais que criem senso de urgência, escassez, novidade ou exclusividade, que façam com que os seus consumidores tomem uma decisão rápida e impulsiva.

O neuromarketing é uma ciência que revela os segredos da mente do consumidor, e que pode ser utilizada para criar estratégias de marketing mais eficazes e persuasivas. Ele permite entender como o cérebro reage aos estímulos comerciais, e como isso afeta nossas decisões de compra.

Para aplicar o neuromarketing em suas estratégias, é preciso conhecer bem o seu público-alvo, os seus objetivos de marketing e as principais técnicas dessa ciência. Só assim, você será capaz de criar estímulos eficazes que sejam capazes de atrair, despertar, gerar e estimular seus consumidores.

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